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DoJorge — O Legado da Família

Tudo começou com a visão simples e determinada do recém-feirante Sr. Jorge e de sua esposa, Dona Odete (em memória). Antes mesmo de conquistar seu espaço na região, ambos já carregavam nas mãos a experiência dura e digna das vendas nas ruas, trabalhando como ambulantes. Naquela época, comercializavam sardinhas e frangos vivos pelas ruas de Catanduva, tornando-se época conhecida também em cidades vizinhas pelo esforço e pela honestidade no trato com os clientes.

Ao iniciar suas atividades na famosa Feira da Vila Celso , deram continuidade ao trabalho com a venda de verduras, legumes e ovos . Porém, os tempos não eram simples. O país envolveu uma inflação temida, que mudou os preços de um dia para o outro. Era quase impossível trabalhar: compraria-se por um valor hoje e, no dia seguinte, tudo já estava mais caro.

Foi nesse cenário de dificuldade que Dona Odete, com sua criatividade e força de vontade, decidiu começar a  fazer pães e roscas  para vender na feira. Era uma forma de complementar a renda, ajudando nos estudos dos filhos e contribuindo com as contas da casa. Ninguém imaginava que aquela receita simples se tornaria um  sucesso absoluto  , conquistando clientes que, até hoje, lembram do sabor e do carinho colocados em cada fornada.

Dona Odete descansou em  20 de outubro de 2025  , deixando para sua família um legado de trabalho, união e perseverança. Suas mãos que amassaram a massa com amor continuam vivas em todos os que provaram seus pães — e no coração daqueles que seguem sua história.

Após  30 anos de vendas no mesmo local  , o Sr. Jorge decidiu passar o bastão para o filho mais novo, no ano de  2023  . Assim, a tradição encontra-se firme. Hoje, quem conduz a banca é o filho, trabalhando lado a lado com o  neto  e a  nora  do Sr. Jorge, mantendo vivo o espírito familiar que sempre marcou esse negócio.

O que começou como uma luta diária de um casal trabalhador se transformou em uma tradição de família , respeitada e reconhecida por gerações. É mais do que um ponto na feira — é parte da história de Catanduva e da memória afetiva de muitos.